Quando pensamos em reconstrução, logo pensamos em algo que foi perdido ou destruído. No caso das orelhas, pensamos em traumas como mordidas de cachorro ou infecções. Em ambas as situações, ocorre uma perda parcial ou total da cartilagem e, consequentemente, de sua sustentação.
Entretanto, nos esquecemos que muitos pacientes nascem com deformidades graves das orelhas. Quando as cartilagens estão presentes, mas muito malformadas, chamamos de MICROTIA. Por vezes, nenhuma cartilagem é formada, o que chamamos de ANOTIA. Lembrando que em ambas as situações não há necessariamente déficit auditivo. Apenas 10% das pessoas terão malformações da orelha interna e deficiência auditiva.
Independente da causa, traumática ou congênita, o paciente busca a reconstrução de orelha por três motivos. O primeiro motivo é para a correção dessa deformidade que frequentemente é foco de bullying durante a infância. Já se é provado que essa prática entre as crianças é emocionalmente prejudicial, podendo gerar impactos na personalidade adulta, como tornar um indivíduo antissocial ou até agressivo. Essa prática deve ser coibida. Contudo, sabemos que nem sempre isso é possível, sendo assim também importante o tratamento do foco do bullying. Esse é o motivo principal da procura pela reconstrução de orelha durante a infância.
A orelha externa antigamente tinha o objetivo de captar o som e transferir para a orelha média e interna. Com a evolução do ser humano, essa função se tornou obsoleta. Hoje temos a orelha como estrutura da face para a colocação de ornamentos, como brincos e piercings. Além disso, serve como apoio para a haste dos óculos. Pode parecer algo simples, mas imagine como deve ser desconfortável a instabilidade dos óculos sem o apoio das orelhas.
Entendemos o problema, ok! Agora, como podemos corrigir??
Uma vez que temos perda de cartilagem, precisamos refazer a estrutura da orelha. Para isso, coleto cartilagem da costela, por meio de uma cicatriz de aproximadamente 5cm. De forma artesanal, construo uma nova orelha com esse material coletado e insiro na região ideal da cabeça. A cartilagem será integrada ao novo local e ficará fixa. Após 3-4 meses, podemos liberar essa estrutura, criando o sulco atrás da cabeça. Um procedimento bem menor, o resultado final.
Parece algo complexo, mas com certeza é muito mais tranquilo do que as pessoas com microtia ou traumas de orelha passaram. Meu objetivo é devolver a confiança, promover autoestima para essas pessoas. Que seja possível fazer um rabo de cavalo ou utilizar cortes de cabelos curtos novamente!
Se ficou alguma dúvida, por favor entre em contato. Nossa equipe está bem preparada para atender as suas necessidades e esclarecer o que for preciso.