Algumas pessoas nascem com uma deformidade no tórax, na região do peitoral. Ela pode ser sutil, com apenas uma mama menor que a outra, ou mais grave, com ausência de costelas e músculos. O conjunto dessas alterações congênitas, desde que envolva o músculo peitoral, é denominado Síndrome de Poland.
Ocorre mais em homens que mulheres, ocorre mais do lado direito que o esquerdo. Sempre é caracterizada por uma ausência parcial ou total do músculo peitoral maior. Na prática, observamos que os pacientes apresentam um lado do tórax menor, mais “afundado” que o outro.
Por ser uma deformidade congênita, não temos remédios para tratar. Os pacientes precisam de uma cirurgia para a correção. Vamos tornar mais fácil o entendimento e separar entre os sexos.
Homens
Por não terem o desenvolvimento das mamas, as deformidades da Síndrome de Poland são mais notadas e esteticamente mais graves nos homens. O músculo peitoral maior é o grande protagonista do tórax masculino. Assim, sua ausência (mesmo que parcial), acarreta grave prejuízo estético. Em casos mais severos, costelas ou mesmo partes do braço podem estar ausentes.
O tratamento ideal é a transferência de um músculo para substituir o peitoral maior ausente. O músculo que fornece o melhor resultado estético e funcional é o latíssimo do dorso ou grande dorsal. O procedimento é realizado com o paciente deitado de lado. O músculo é levantado por uma cicatriz nas costas, apenas do mesmo lado que a deformidade congênita, e é transferido para frente. O posicionamento é o mesmo do peitoral, fixado no meio e na costela inferior.
Após o procedimento, o paciente necessita de treino para reeducar o músculo transferido e sincronizar com os seus comandos cerebrais. Após esse período de exercício, terá um benefício funcional (um músculo peitotal novo) e um ganho estético de contorno peitoral.
Em alguns casos mais sutis ou quando o paciente não deseja esse procedimento, o procedimento de lipoenxertia pode ser realizado. A gordura é retirada de um local, preparada e injetada no tórax. O objetivo é criar um contorno mais parecido com o outro lado, mimetizando o contorno do músculo peitoral maior. O resultado é inferior ao procedimento anterior, uma vez que o volume final é menor e que não haverá a força muscular no local.
Mulheres
Diferente dos homens, as mulheres apresentam o tecido glandular mamário acima do peitoral, sendo mais importantes para o contorno. Assim, classificamos em 3 grupos:
1. Grupo I ((hipotrofia mamária leve)
2. Grupo II (hipotrofia mamária grave)
3. Grupo III (Agenesia mamária – ausência total de mama)
A base do tratamento, seja qual for a gravidade é a colocação de uma prótese de silicone ou de gordura para dar volume na região. Quanto maior o grupo, maior o déficit de tecido mamário, maior deformidade, maior o tamanho da prótese ou a quantidade de gordura necessária.
Nos casos mais leves, podemos colocar a prótese coberta pelo músculo das costas (grande dorsal) ou coberta por um material chamado matriz dérmica. O importante é ter uma cobertura boa para a prótese.
Quando não há pele suficiente para cobrir a prótese ou aceitar a gordura, precisamos recrutar das costas ou realizar o procedimento em dois tempos: primeiramente coloca-se um expansor de pele para aumentar a cobertura da região. Após cerca de 2 meses, realiza-se a reconstrução definitiva.
Conclusão
Vimos que existem muitas variações na Síndrome de Poland. Existem casos leves e casos graves, muda conforme o sexo...dessa forma, o tratamento é totalmente individualizado. Cada paciente deve ser analisado calmamente, observando qual é a sua deformidade, o que precisamos priorizar no seu tratamento cirúrgico.
Imagino que muitas dúvidas surgiram após esse artigo. Não hesite em entrar em contato, esclareceremos qual será a melhor forma de te ajudar!